O Clube das Garotas Substituíveis

A garota que ama primeiro, a garota que é escolhida, e a que fica para trás. Algumas pessoas são apaixonadas por nós, mas não o suficiente.

“Ela não era um sonho. Ela era a garota que ficava acordada para que os outros pudessem sonhar” - Fitzgerald”

Tem um tipo específico de dor que ninguém avisa que você vai sentir. Não é o coração partido clássico, nem a traição óbvia. É mais sutil, mais cruel. É perceber que você sempre foi boa, mas nunca a melhor. Quase a melhor amiga, quase a mais talentosa, quase suficiente. Você está lá, inteira, mas nunca é a primeira escolha.

O mundo ama garotas como nós. Mas nunca o suficiente para nos manter.

Amy March: A Irmã Que Sobrou

É fácil odiar Amy March. Durante muito tempo, eu odiei. Ela queimou o manuscrito da Jo. Ela foi mimada. Ela casou com o Laurie.

Mas depois de um tempo, eu vi outra coisa. Amy nunca quis ser a sombra da Jo, nunca quis ser a protegida, nunca quis ser o segundo plano.

E ainda assim, foi.

Porque Laurie olhava para Jo como se fosse o centro do mundo. Porque Beth era o anjo da família. Porque Meg foi a primeira a se casar.

E Amy? Amy sempre esteve tentando provar que também importava. "Eu queria ser grande, ou nada."

O problema é que, para Laurie, ela nunca foi grande o bastante até não restar mais ninguém. Amy sabia disso. Ela sempre soube.

Mas mesmo assim, aceitou. Porque às vezes, ser o que sobrou parece melhor do que não ser nada.

Laurie: Amor ou Consolo?

Como você separa amor romântico de amizade? Como você sabe que alguém realmente te escolheu e não apenas aceitou você?

Laurie não amava Jo porque Jo nunca o quis. Mas e se quisesse? E se tivesse dito sim? Amy teria sido esquecida sem hesitação?

"Você não pode recomeçar. Você pode apenas continuar."

Nada grita substituição mais alto do que ser o plano B de alguém. E o pior?

Amy aceitou.

Quantas vezes a gente também aceita? Quantas vezes a gente se contenta com ser querida o suficiente, mas não amada de verdade?

A verdade é que, muitas vezes, a gente não quer que nos escolham. A gente só quer ser notada sem precisar pedir. Sem precisar gritar. Sem precisar explicar.

Brooke Davis: "Eu nunca fui a primeira opção

Se você assistiu One Tree Hill, sabe que esse título podia ser o nome da autobiografia da Brooke.

Porque quando um cara gosta de você, mas olha para outra mesmo estando com você, não é amor. É um ensaio. É um teste até ele conseguir quem realmente quer.

Lucas Scott dizia amar Brooke.

Dizia.

Mas onde estavam os olhos dele? Onde estava a atenção dele? Para onde ia a energia dele?

Para Peyton.

Brooke foi a namorada, mas nunca a escolha. E ela sabia disso antes mesmo de admitir.

Porque tem um momento específico em todo relacionamento onde você percebe. Um olhar trocado, um detalhe esquecido, um nome mencionado vezes demais.

E o pior de tudo?

Você se vê tentando merecer um espaço que nunca foi seu para começar.

Ser um Quase Em Tudo

Tem algo insidiosamente libertador sobre focar no outro. Te ajudo a pintar suas paredes para te distrair das rachaduras nas minhas. Te ofereço a mim mesma na esperança de que, um dia, você me escolha.

"Eu sempre tive vergonha de receber. Então eu dei. Não era uma virtude. Era um disfarce." - Anaïs Nin

E talvez seja isso.

Talvez ser substituível só doa tanto porque a gente quer acreditar que se der tudo de si, alguém vai notar.

E assim a gente segue, colecionando ausências, tentando ser indispensável em vidas que seguem inteiras sem a gente.

Mas a verdade é que ninguém ensina como ser inesquecível

Quem quer ficar, fica. Não porque precisa, mas porque escolhe.

Obrigada por chegar até aqui.

Se em algum momento você se reconheceu nessas palavras, saiba que não está sozinho. Você não é um quase. Você não é um plano B.

Que um dia, você se escolha primeiro.